sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Estrela do Presépio

É a minha participação no concurso da Barbearia do Sr. Luís, mesmo que tenha sido cancelado - por motivos alheios à vontade do seu autor. A Estrela, claro, sou eu. A criatura na escada é o fisco, a espremer-me de impostos, taxas e outras alcavalas.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A minha singela homenagem ao nosso governo e ao seu orçamento

Bem sei que a cultura anda muito mal vista, que vossas excelências desprezam a cultura como coisa que não produz riqueza, daquela que se deposita nos bancos. Enganam-se, a cultura dá dinheiro, isso está até estudado, sabe-se que cada euro investido em cultura tem um bom retorno, pesquisai vossas senhorias que haveis de encontrar de quanto. Mas a cultura produz ainda uma outra riqueza que se não mede em euros. Aqui deixo, de graça e para edificação de vossas augustas senhorias, as palavras sábias de Santo Agostinho, Séneca e Diógenes, que talvez não conheçam mas são gente respeitável, tratadas e citadas pelo nosso padre António Vieira, que tanta falta nos faz:
 
«(...)O texto de Santo Agostinho fala geralmente de todos os reinos, em que são ordinárias semelhantes  opressões e injustiças, e diz que, entre os tais reinos e as covas dos ladrões — a que o santo chama latrocínios — só há uma diferença. E qual é? Que os reinos são latrocínios, ou ladroeiras grandes, e os latrocínios, ou ladroeiras, são reinos pequenos: Sublata justitia, quid sunt regna, nisi magna latrocinia? Quia et latrocinia quid sunt, nisi parva regna? É o que disse o outro pirata a Alexandre Magno.
Navegava Alexandre em uma poderosa armada pelo Mar Eritreu a conquistar a Índia, e como fosse
trazido à sua presença um pirata que por ali andava roubando os pescadores, repreendeu-o muito
Alexandre de andar em tão mau ofício; porém, ele, que não era medroso nem lerdo, respondeu assim.
— Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador? — Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza; o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres.
(...)
Não são só ladrões, diz o santo, os que cortam bolsas ou espreitam os que se vão banhar, para lhes colher a roupa: os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e despojam os povos. — Os outros ladrões roubam um homem: estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo do seu risco: estes sem temor, nem perigo; os outros, se furtam, são enforcados: estes furtam e enforcam. Diógenes, que tudo via com mais aguda vista que os outros homens, viu que uma grande tropa de varas e ministros de justiça levavam a enforcar uns ladrões, e começou a bradar: — Lá vão os ladrões grandes a enforcar os pequenos. (...)»
Citações do Sermão do Bom Ladrão

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Em Greve!

Bem sei que há quem não faça. É lá com eles - embora apenas em parte, pois o que (não) fazem afecta-nos a todos - embora não os compreenda.
Mas também há, na nossa classe profissional (e noutras, se calhar também, que sei eu?) pessoas que reclamam, que não concordam com o estado das coisas, mas não fazem greve porque, dizem, o dinheiro lhes faz falta (como se aos outros não fizesse!) e contam, cobardemente, com os funcionários, que ganham muito menos, para fechar a escola e terem um dia de descanso. Acho isso muito feio, para não dizer coisa pior!
Boas postas sobre a greve aquiaqui e aqui.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Há gente capaz de tudo...



Aconselho a todos os colegas, e mais ainda a quem  trabalha ou já trabalhou no 1º ciclo, este post e os comentários, sobretudo um assinado Patrícia. Há pessoal que para defender o indefensável até nem se importa de confessar que é um baldas de primeira - o pior é que o dizem para estender o labéu a todos os profissionais do mesmo ofício! Que falta de vergonha, de brio profissional, de bom senso...

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Decisões de ano novo

Tenho desculpa, sou professora, o ano para mim começa entre o meio de Setembro e o fim de Outubro. Portantos as minhas decisões de ano novo são:
1. Deixar-me de andar quase exclusivamente por blogues de política. Fico assustada e deprimida e não vem daí bem nenhum ao mundo. Vou andar mais por aqui e por aqui também...
2. Guardar tempo para o ponto de cruz, a costura, o desenho e os bolinhos. Fazem-me sentir melhor.
3. Andar meia hora a pé. É bom para a forma e posso pensar enquanto ando, costumo ter boas ideias.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

FREEDOM!!!!!!

Dei hoje as últimas aulas deste ano lectivo. Bem sei que agora são as reuniões, as vigilâncias de exames, as correcções de exames (à borliú!), as matrículas, as formações de turmas, as reuniões por tudo e por nada... Bem sei que férias, só em Agosto. Mas tenho andado tão cansada que ficar livre das aulas, dos meus barulhentos, irresponsáveis e muito mal educados alunos - uma minoria, mas que conseguem envenenar-me a existência e, com os anos, ameaçam cada vez mais converter-se em maioria - é uma espécie de libertação. Borrifo-me para a «libertação dos impostos». Hoje é o meu dia de libertação das aulas!!!!! WEEEEEEEEEEEEEE!

quinta-feira, 3 de maio de 2012

segunda-feira, 19 de março de 2012

ADOPÇÃO

Como leitora regular do jugular, acompanhei a discussão que se seguiu a este post. Lá entre o meio e o fim toda a gente parece ter caído num erro crasso e básico - e, já agora, alimentado por alguns. O que se discute, aquilo sobre o que se quer legislar, NÃO É sobre se ser homossexual deve ser um ponto a favor na altura de adoptar, mas sim sobre se deve ser um ponto contra. É sobre a estupidez de um homossexual solteiro poder adoptar, um heterossexual solteiro poder adoptar, um casal cujos membros são de sexo diferente poder adoptar mas um casa cujos membros são do mesmo sexo não poder. Não se trata aqui de as pessoas poderem adoptar porque são homossexuais, mas de poderem adoptar porque a isso estão dispostas, sem serem excluídas porque são homossexuais.
E vêm estatísticas sobre como os homossexuais são «naturalmente» promíscuos: se um casal hetero apresentar sinais de promiscuidade será que o tribunal os deixa adoptar porque, apesar de promíscuos, são heterossexuais?
Estas pessoas que escrevem estes chorrilhos de ódio acham mesmo que os homossexuais vão «passar à frente» nos processos de adopção?
E, já agora, as pessoas que enchem as caixas de comentários de palavreado insultuoso e homofóbico, porque se espantam quando alguém os trata por menos de «excelência»? Como é que acham que podem insultar, rotular os outros com «mimos» que vão de «esquerdalho» a «rabetagem» e outras delicodocices do género e se sentem depois muito insultadas porque alguém coloca a hipótese de um filho deles ser homossexual? O que é que se passa na cabeça destas pessoas?

domingo, 18 de março de 2012

A Guerra Santa

Desde que os rádios deixaram de ter um botãozinho que roda e passaram a ter uma coisa que faz andar o sintonizador digital (ou lá o que é) de 0.5 em 0.5, os rádios dos carros tornaram-se semi independentes e vai daí damos connosco a ouvir uma estação que nunca sintonizámos, mas que o rádio achou que nos fazia bem ouvir. Foi assim que, aqui há atrasado, regressando do cinema a desoras, eu e o marido demos connosco a ouvir a Rádio Renascença e... ó meuzzz amigozzzz! Ele eram três criaturas com vozes entre o risonho e o delicodoce a queixar-se de que os cristãos estão a ser perseguidos em todo o mundo e mormente na Europa. Perseguidos! The horror! Parece que o governo britânico, esse aliado de Satã, se prepara para proibir os cristãos de ostentar cruzes ao peito no espaço público. O tempora, o mores! Não tarda que tenham que regressar às catacumbas!
E eu aqui à janela a ver os meus vizinhos a regressarem da missinha dominical e nem um cocktail molotov se lhes atira! Acho que ainda ninguém foi martirizado em Vila Coisa de Coiso... Sinto-me, sei lá, discriminada!
Vem a propósito disto e de tudo que se lhe seguiu. Estará mesmo tudo doido?

quinta-feira, 15 de março de 2012

Parque quê?

Declaração prévia por causa das tosses:
1. Acho o actual governo muito mau.
2. Acho que o anterior governo foi igualmente mau.
3. É possível que o actual governo faça, lá de vez em quando, uma coisa boa.
4. O anterior governo deve ter feito algumas coisas boas, lá de vez em quando.

Coisa em si:
Acho - isto é uma opinião pessoal, que desejo fervorosamente que esteja errada -  que a Parque Escolar (que foi criada pelo anteiror governo) foi criada com o único fito de, mais tarde ou mais cedo, vender as escolas melhores ao sector privado, numa daquelas negociatas em que o Estado perde à grande e ainda fica responsável por pagar ao comprador no caso de o futuro colégio não dar o lucro esperado.
Parece-me - isto é uma opinião pessoal, que desejo fervorosamente que esteja errada - que a  forma como foram entregues as obras, como foram definidas as prioridades (do tipo que escolas precisam mais de obras) e como foram estudadas as ditas obras (em termos, por exemplo, do que virá a custar a manutenção das novas escolas) foi tudo menos transparente.
As duas ministras da Educação do governo anterior (não mancharei o meu teclado escrevendo-lhes os nomes) foram as piores  criaturas a deter a pasta. O actual ministro está a fazer o que pode para se pôr em pé de igualdade com elas.

O que irrita:
Ver a esquerda (na qual cada vez acredito menos, sem por isso ter passado a acreditar na direita) atacar o actual ministro pelo método de tentar, desesperadamente, provar que o anterior ministério e o anterior governo é que eram! Bem sei que o anterior governo era de um partido que se chama socialista, mas era tão de esquerda como eu sou um gato. Defendê-lo fica mal à esquerda, desacredita a esquerda, afasta da esquerda política a esquerda votante. Não é o facto de este governo ser mau que torna o anterior bom, nem mesmo por comparação.
A bandalheira das obras nas escolas é uma gota d'água ao lado do que andam a fazer ao ensino. Bastará que vos diga que, neste momento, poucos professores conseguem ainda ensinar. Mas que porcaria de esquerda é que temos?

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Coisas que me preocupam...

... onde é que o nosso predidente anda a torrar o dinheiro? Cento e quarenta mil euros (e trocos) anuais não lhe chegam para as despesas?! Estou pasma!
Vejamos: o homem não é gordo e a senhora também não; não andam vestidos de vison dos pés à cabeça; têm carro e essas coisas de borla - presidence oblige e não mes estou a queixar, é assim mesmo, o homem é presidente -  não estou a ver onde é que estoiram tanto dinheiro!
Adoçarão a bica com ouro em pó?

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

ACORDO ORTOGRÁFICO

Pessoalmente, abomino o «acordo ortográfico». Mas, que remédio, lá terei que o ensinar! Aproveito para chamar a atenção dos mais ferrenhos defensores do disparate acordo para o facto de que FATO é uma coisa que se veste e que o FACTO continua a ter o C que não é mudo e se pronuncia claramente me português europeu. Vá de disparatar!!!!