segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Os «direitinhas» andam todos contentes, a abanar as caudinhas...

Vê-se nos comentários que vão por aí deixando, em blogues e jornais: o tom geral é o de «Aguentem! Força troika! (Li efectivamente isto!) Acaba-lhes com a mama! Pensavam que podiam ter casa e carro, frigorífico e televisão a cores, passar férias no Algarve e mandar os filhos para a Faculdade? Pelintras! Agora é que vão ver!»
Todos os piquenos de apelidos sonantes que andavam consumidos a ver os netos dos criados lá de casa a fazer mestrados, a andar de carro e a comprar casa estão agora a rejubilar.
Já não há socialismo a prometer uma vida melhor. «Acabou-se a esperança, agora mandamos nós outra vez!» O sonho de muita desta gente é reduzir o país a uma multidão miserável a preto-e-branco... É preciso cuidado com eles...

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Coisas que me enfurecem MESMO

Não me faz diferença que as pessoas levem o almoço para o emprego - eu levo com frequência, simplesmente porque gosto mais da minha comida feita em casa do que das sandes do bar da escola (antes tínhamos sopa e saladas e ovos cozidos, mas depois foi proibido, nunca percebi porquê). Mas é enfurecedor ver a quantidade de gente que anda encolhida de medo, com o saquitel do almoço, a achar que sim, que têm culpa da crise, que devem ficar sem os subsídios - e continuar a pagar IRS por eles, pois claro! - que andaram a viver acima das suas possibilidades porque foram de férias para o Algarve, porque pensaram que podiam vestir roupa de marca aos filhos, ou trocar de telemóvel, ou comprar uma televisão achatada... Parece que cada um de nós tem o seu pequeno salazarzinho metido na cabeça, a mandar-lhe pôr meias solas nos sapatos de há dois anos, virar os fatos, voltar a fazer as camisas do marido dos lençóis que se vão gastando e comer meio frango a dividir por quatro e ao domingo, que é dia de festa. E respeitinho!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Isto lembra-me...

Isto lembra-me umas piadas do Jô Soares, um barman permanentemente «tocado», que reagia quando lhe diziam que um barman não deve beber.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Menos...

Eu não sou economista. Mas duvido de quem apresenta a economia como uma ciência exacta. E assustam-me as conversas de «aumentar o consumo interno». Parece-me que estamos a fazer tudo mal. Talvez devamos consumir menos. Produzir menos, mas para durar. Investir na reparação do que se avaria, em vez de deitar fora e comprar novo. Talvez devamos aprender a viver com menos. A distribuir o trabalho que há, e que é cada vez menos, por todos. A trabalhar menos horas e a ganhar menos, mas a ter mais tempo livre. Como direi? Menos assim                                                                      e mais assim
Andaram décadas a vender-nos que podia ser festa todos os dias, que podíamos comer bolos a todas as refeições, mas não podemos. Ninguém pode. Andaram décadas a vender-nos que a nossa felicidade dependeria da próxima coisa que comprássemos, mas é mentira. E não devemos poder descansar enquanto, para que alguns possam comer bolos a todas as refeições, a maioria nunca chegue a provar um só bolo. Do I make myself clear?