segunda-feira, 2 de novembro de 2009

As boas escolas



Parece que são as católicas, por cá. Pelo menos, era o que vinha no jornal.

Não tenho parti-pris especial contra escolas confessionais. Não matricularia as minhas filhas numa, mas acho que quem quer deve poder fazê-lo.

Vamos à exigência e ao rigor: a escola pública, neste momento, está proibida de exigir e de ser rigorosa. E está tão carregada de «coisas» que, na opinião de uns sábios quaisquer, têm que ser ensinadas na escola, que já não tem tempo para ensinar muito. É a educação alimentar, a educação ambiental, a educação sexual e para a saúde, a educação do consumidor, a educação para a economia, a formação cívica e o estudo acompanhado e a área de projecto...

Acrescenta-se a isto uma interpretação errada e tonta do que significa «igualdade de oportunidades». E ainda, porque uma desgraça nunca vem só, o facto de que muitas das crianças que chegam à escola vêm em «estado bruto»: não aprenderam as mais elementares regras da vida em sociedade e, portanto, dizem e fazem tudo o que lhes passa pela cabeça, são incapazes de resistir à mais pequena frustração e chegam ao infantário com milhares de horas de televisão no bucho.

Portanto e recapitulando: na escola pública têm que caber todos os meninos (e ainda bem); cada pai ou mãe, que não tem tempo para educar os filhos, quer que o seu rebento seja tratado como o filho único de uma senhora viúva; o professor, cada vez mais mal tratado, mais mal pago e com menos formação inicial, tem que ser professor, pai, psicólogo, ama-seca, entertainer, polícia sinaleiro, especialista em perturbações da personalidade e do crescimento, médico generalista, enfermeiro e burocrata.

Precisarei de dizer mais?

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